“Temos a informação oficial de que se chegou a um entendimento entre a empresa Valérius e os credores, no sentido de dar continuidade ao trabalho da Dielmar”, disse hoje, à agência Lusa, Leopoldo Rodrigues.
A empresa de Barcelos, adiantou, pretende começar a trabalhar “logo que possível” e deverá manter antigos trabalhadores da Dielmar.
Todavia, o autarca preferiu não avançar qual o número de trabalhadores que a Valérius deverá manter ou sobre os valores em causa, mas destacou que se trata de uma “boa notícia” para todo o concelho.
“O que é importante é o facto de os trabalhadores da Dielmar terem a oportunidade de continuar a trabalhar naquilo para que têm formação e onde são os melhores. Isso é muito importante para Castelo Branco, para Alcains, e importantíssimo para os que foram trabalhadores na Dielmar e que podem continuar a mostrar as suas competências ao nível da confeção de factos de grande qualidade”, referiu.
O semanário Expresso avançou esta sexta-feira que a empresa Valérius tem disponibilidade para contratar cerca de 200 trabalhadores e que o acordo foi estabelecido pelo valor de 275 mil euros, mais 25 mil euros do que na proposta que tinha sido inicialmente apresentada no tribunal.
Contactada pela agência Lusa, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa (STBB), Marisa Tavares, disse ter a mesma informação, considerando que esta é uma solução “positiva” por salvaguardar postos de trabalho e por a atividade ser mantida em Alcains.
“Embora o processo não tenha terminado exatamente nos moldes pelos quais as trabalhadoras sempre se bateram, chegados aqui, aquilo que temos de valorizar é que efetivamente sejam preservados os postos de trabalho designados na proposta da Valérius”, afirmou.
A dirigente sindical sublinhou que a “mais-valia da Dielmar sempre foram as trabalhadoras” e, por isso, espera que estas possam retomar a atividade rapidamente possível.
Além disso, sublinha que o STBB continuará a acompanhar o caso, visto que este ainda não está concluído e alerta para o facto de haver créditos devidos aos trabalhadores.
Fundada em 1965, em Alcains, no concelho de Castelo Branco, por quatro alfaiates que uniram os seus conhecimentos, a Dielmar, que empregava atualmente mais de 300 trabalhadores, pediu a insolvência ao fim de 56 anos de atividade, uma decisão que a administração atribuiu aos efeitos da pandemia de covid-19.
O pedido de insolvência foi apresentado no dia 02 de agosto de 2021, tendo o Juízo de Comércio do Fundão da Comarca de Castelo Branco declarado a insolvência no dia seguinte.
Depois da rescisão de contratos para os trabalhadores das lojas e da não renovação dos contratos a termo, a empresa tem ainda cerca de 245 trabalhadores.
Depois de algumas assembleias de credores não definitivas, em novembro de 2021 foi decidido avançar com o encerramento da empresa e respetiva liquidação da massa insolvente.
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