A Estação Espacial Internacional (ISS) completou 23 anos de operação em novembro de 2021, é um símbolo da cooperação e esforço científico de diversos países (você não, Brasil), inclusive entre antigos desafetos, foi crucial para a realização de diversos experimentos, e também rendeu vários momentos de puro deleite e diversão.
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No entanto, all good things must come to an end, e a NASA já traçou os planos para o eventual descomissionamento da estação, inclusive definindo uma data preliminar para o procedimento: janeiro de 2031.
Até agosto de 2021, a ISS recebeu um total de 244 pessoas, divididos entre astronautas, cosmonautas (Rússia) e turistas espaciais de 19 nações diferentes, alguns em mais de uma missão. Até a data relacionada, a estação acomodou 153 norte-americanos, 50 russos, 9 japoneses, 8 canadenses, 5 italianos, 4 franceses, 3 alemães e o Marcos Pontes. Por questões legais dos EUA, o país que lidera o projeto, a China foi vetada e não pode enviar ninguém, um dos motivos que a levou a desenvolver sua própria estação.
De 1998 até agora, a ISS foi usada para missões de observação e exploração do espaço, inúmeros projetos acadêmicos e estudantis, recebeu voos de turistas interessados desde visitar o espaço a criar projetos de mídia, e muito mais. O projeto derivado da Estação Espacial Freedom, projetada ainda no governo de Ronald Reagan, previa a cooperação entre a NASA e as agências espaciais do Japão, Canadá e Europa. No fim estas receberam a adição da Rússia, que não podia mais contar com a sua estação Mir, que seria descomissionada em 2001.
A diferença é que por mais que a Mir fosse antiquada para os padrões da época, ela operou por menos tempo que a ISS, apenas 15 anos. Por mais puxadinhos e atualizações que você possa fazer, chega uma hora em que é preciso exercitar o desapego, e deixar para lá.
O governo dos EUA já possui planos para uma futura nova estação, a Gateway, que devem demorar ainda um pouco para se tornarem realidade (e há complicações a serem tratadas), mas independente disso, não dá para empurrar a ISS com a barriga para todo o sempre, sob o risco dela sofrer algum problema estrutural mais sério, e de repente EUA e outros países ficarem sem um laboratório e estação orbital.
Paralelamente aos planos para a Gateway, a NASA revelou um relatório nesta semana (cuidado, PDF) que detalha os procedimentos para o descomissionamento da Estação Espacial Internacional. O processo todo levará em torno de um ano, mas a próxima década deverá ser dedicada e processos menores visando o desligamento da mesma. Dadas as dimensões (73 m de comprimento, 109 m de largura e 444.615 kg de massa), não é possível deslocá-la para uma órbita “morta”, devido à possibilidade dela se tornar um problema a longo prazo.
Ao invés disso, a NASA adotará a mesma solução que os russos usaram com a Mir, ao executar uma reentrada controlada na atmosfera. Em 2030, os motores dos módulos e de veículos acoplados serão acionados, para diminuir sua altitude.
A última missão da ISS contará com uma tripulação na estação entre setembro de 2030 e janeiro de 2031, quando ela deverá ultrapassar o seu Ponto Sem Retorno e começará a cair em direção à Terra.
Claro que devido ao seu tamanho e massa, a ISS não irá queimar na atmosfera, e a reentrada será direcionada pela NASA a um ponto inabitado do Oceano Pacífico Sul, em que seus destroços poderão afundar sem causar danos a ninguém, ou à fauna em geral.
O grande problema para esse plano, entretanto, é o rolo envolvendo os Acordos Artemis, em que EUA, Rússia e China andam se estranhando, e os atrasos constantes do foguete SLS, que recentemente teve seu próximo teste atrasado mais uma vez. Sem falar que é projeto do governo não dar muito espaço à SpaceX, devido à natureza de contratos, politicagem e claro, dinheiro e votos.
A expectativa mais otimista, segundo a NASA, é de que os EUA deverão voltar à Lua apenas em 2025, mas nesse meio tempo, é esperado que ao menos a Estação Espacial Gateway tenha saído do papel e entrado em órbita, nem que seja com um único módulo, operando em conjunto com a ISS que se tudo correr bem, deverá superar três décadas de operação, um recorde absoluto.
Ainda assim, é prudente e correto a NASA se preparar para deixar a ISS de canto e descomissioná-la, para não arriscar futuras tripulações, estando a estação Gateway operando ou não.
Fonte: NASA
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