Agro e serviços públicos, sim; consumo e varejo, não: as apostas para 2022 da AZ Quest, gestora de R$ 20 bilhões

Walter Maciel, sócio e CEO da AZ Quest, e Welliam Wang, sócio e gestor responsável pela estratégia de renda variável da casa, foram os convidados do episódio número 45 do podcast Outliers, apresentado por Samuel Ponsoni, gestor de fundos da família Selection da XP, e Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP.

Maciel frisou que a formação de preços no Brasil é diferente da dinâmica observada no exterior, por sermos um país pouco competitivo e possuirmos uma carga tributária alta e complexa.

Além disso, em sua visão, o Banco Central claramente errou ao manter os juros básicos em níveis muito baixos e agora, com a subida da taxa Selic, é possível ver uma tentativa de ancorar expectativas do mercado.

Maciel ainda pontuou que existem outros riscos no radar e que a economia brasileira vive um paradoxo. “O mercado hoje está muito preocupado porque nos últimos meses o governo perdeu a disciplina e começou a dar sinais de mais populismo, mas no final, vimos as contas públicas chegarem no fim do ano muito melhores do que se esperava em janeiro”.

Ainda segundo ele, o governo conseguiu entregar resultados muito melhores, só que o filme deixa o mercado muito preocupado, principalmente quando você começa a perceber que vários setores não querem pagar a conta da pandemia.

Um início de ano com o freio de mão puxado

No geral, os fundos de ações da casa estão com posições menores do que historicamente possuíam, com algumas estratégias rodando com exposição “zerada” em Bolsa – caso do AZ Quest Top Long Biased.

Isso acontece pois, segundo Wang, a ideia é, antes de adicionar mais risco, acompanhar os desfechos e alinhamentos eleitorais, já que, nesse momento, algumas possibilidades ainda não estão precificados no cenário base – por isso, ter um caixa robusto e uma posição cautelosa é importante.

No âmbito setorial, as carteiras também seguem defensivas, com preferência por posições nos setores agrícola e de utilidades públicas (utilities).

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Já os fundos que podem operar vendidos (short) carregam posições negativas nos setores de consumo, varejo e e-commerce – mesmo com as quedas expressivas desses papéis no último ano. A margem operacional das empresas desses setores são a grande preocupação, segundo Wang, que detalha a visão da gestora no episódio.

Os gestores mencionaram ainda o pessimismo com as fintechs brasileiras mais focadas em crédito – olhando o que aconteceu no exterior, acreditam que algumas delas podem sofrer bastante ao longo dos próximos semestres.

Tamanho dos fundos é monitorado na lupa

Tomar as medidas necessárias para preservar a capacidade de geração de retornos e a liquidez adequada dos produtos é um cuidado sempre. Maciel frisou que vários fundos da casa de ações, multimercados ou de renda fixa já ficaram por 12 ou 18 meses fechados antes de terem convicção de que o tamanho das estratégias comportava uma continuidade do crescimento.

No caso do fundo de ações small caps, um dos que esteve fechado por um bom tempo, Wang citou que a preocupação com liquidez é tamanha que, atualmente, é possível zerar a carteira em menos de oito dias, caso necessário.

No universo das ações small caps, especificamente, Wang ainda alertou sobre um dos grandes riscos da baixa liquidez de alguns papéis, que podem abrir espaço para manipulação de preços – com pouco dinheiro é possível fazer o preço da ação subir ou cair de maneira expressiva.

“Uma das receitas mais óbvias para o insucesso é você ter um fundo maior do que consegue gerir”, afirmou Maciel.

20 anos de história e quase R$ 20 bilhões sob gestão

Após mais de 20 anos de história, a AZ Quest gere atualmente mais de 60 fundos entre mandatos abertos ao público e exclusivos. É uma prateleira com as mais diferentes estratégias, desde gestão sofisticada no mercado acionário, até mandatos especializados na renda fixa. O objetivo é ter produtos com pouca interdependência entre si e oferecer aos clientes diferentes oportunidades.

Fundada em 2001, hoje a AZ Quest é uma das maiores gestoras independentes do País, contando com mais de R$ 18 bilhões em ativos sob gestão e uma grade de fundos diversificada. A gestora passou por diversos ciclos de mercado que foram importantes para a construção do “ecossistema” presente na empresa hoje.

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Segundo Maciel, com o porte atual da casa, existe uma procura constante por ter um “jeito AZ Quest” de fazer gestão – uma identidade própria da casa tanto no processo de investimentos, quanto na governança, no controle de risco, na qualidade dos produtos, de modo a não ficar dependente de um ou outro gestor específico.

Por isso, foi a partir de 2009 que a gestora aprofundou a diversificação da prateleira de produtos, aprimorou os meios de distribuição e criou uma divisão institucional, deixando a estrutura mais robusta, apresentando produtos com pouca relação entre si e oferecendo aos clientes diferentes oportunidades.

Entre as mudanças relevantes de 2020 e 2021, as principais contemplaram não apenas um portfólio de produtos mais reforçado, mas a equipe de renda variável que ganhou reforço, com a entrada de mais três analistas (hoje são 14 pessoas). Além disso, a equipe de crédito dobrou, passando de quatro para oito pessoas.

A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos pelo Spotify, Deezer, Spreaker, Apple e demais agregadores de podcasts. Além disso, o podcast estreiou no formato de vídeo no canal da XP no Youtube.

A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos pelo SpotifyDeezerSpreakerApple e demais agregadores de podcasts. Além disso, o podcast também pode ser assistido no formato de vídeo no canal da XP no Youtube.

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